Ventilador mecânico de baixo custo ajuda pacientes com Covid-19
O ventilador pulmonar emergencial Inspire, desenvolvido pela Escola Politécnica da USP, em parceria com o IFSP e a Marinha do Brasil, será usado, a partir desta quinta-feira (16), no atendimento a 40 pacientes acometidos pela Covid-19 que estão sendo atendidos no Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas. O anuncio foi feito na quarta-feira (15) pelo governador de São Paulo, João Doria.
Desenvolvido em um prazo de quatro meses por uma equipe de 200 pesquisadores, o projeto Inspire visa à produção de ventiladores pulmonares em grande escala em fábricas no território nacional, com custo reduzido e tecnologia majoritariamente brasileira. O custo unitário estimado está entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.
Baixo custo
O projeto oferece uma alternativa para suprir a demanda hospitalar provocada pela pandemia. O equipamento pode ser usado tanto em casos de média complexidade como nas ocorrências de infecção por coronavírus que exigem terapia intensiva.
O professor Sérgio Shimura, do Câmpus Sorocaba, um dos membros da equipe de desenvolvimento do Inspire, disse que hoje é um dia de muito orgulho e felicidade por poder ver a concretização do projeto. A maior satisfação, de acordo com o pesquisador, é poder contribuir para salvar vidas.
Shimura destaca ainda o aprendizado obtido durante o processo. “Foi uma oportunidade única para ter contato com várias tecnologias (placas do projeto Caninos Loucos da Poli – Labrador e Pulga), diferentes ambientes de programação, metodologias de trabalho, fornecedores de serviços e equipamentos e, principalmente, conhecer professores, pesquisadores e engenheiros da USP e Marinha”, contou. Além dele, também participaram do projeto o professor André Martins, o diretor-geral, Denilson Mirim, e o aluno de iniciação científica, Anderson Blank.
O ventilador já foi certificado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e, atualmente, passa por testes para avaliação da imunidade eletromagnética, última exigência técnica para obter a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Só a partir da aprovação poderá ocorrer a produção e distribuição dos aparelhos em grande escala.
Fonte: IFSP